Conjunções adversativas, partículas linguísticas que
relacionam sentenças, atribuindo-lhes por vezes alguma lógica (por
mais ilógica que esta lógica seja), pensamentos contrastantes,
opositivos ou restritivos, podemos citar diversos exemplos delas,
algumas mais usadas outras menos, como “portanto”, “conquanto”,
“porém”, “toda via” e o mais comum o “MAS”.
Fico admirado com a carga de preconceito que pode
carregar uma conjunção adversativa, uma palavrinha tão pequena e
tão carregada de exclusão, ela é tanto pérfida quanto hipócrita,
pérfida pela carga que permite carregar e hipócrita pois faz com
que as pessoas se escondam atrás dela. Que palavrinha vil, esse
“mas”, ouvimos a todo momento e por vezes nem percebemos o mal
que ele carrega, por outras parece que usamos de propósito como
máscara que esconda nossa verdadeira face, caso ainda não tenhas
percebido do que falo serei mais claro, super comum um tipo de frase
com essa conjunção adversativa: "não tenho nada contra X,
mas... (substitua o X pela palavra que denomine qualquer grupo:
mulheres, gays, quem tem HIV, negros, deficientes, ou qualquer outro
que te aprouver) e ai vem as piores asneiras, crendo, quem as
proferiu se encontrar livre de acusações de seu preconceito pelo
uso da conjunção adversativa.
Vale salientar que bastaria a pessoa que profere tal
tipo de frase trocar o X da questão por qualquer outro grupo e ver
como aparenta ser terrível o que a mesma diz, mas isto é deveras
cansativo, como é cansativo pensar um pouco antes de dizer asneiras.
Na coleção de asneiras preconceituosas, sob a disfarce
da conjunção adversativa “mas” posso citar algumas que guardei:
“Eu juro que não tenho nada contra, mas que essa
gente não é normal, não é”.
“Eu acho totalmente errado ficar discriminando, mas
não concordo com o estilo de vida dos gays.”
“Ele é gay, mas é uma ótima pessoa.”
“Eu até aceito, mas não sou obrigado a achar normal.
Não sou obrigado mesmo!”
“Eu até aceito, mas não quero saber de homem se
beijando na minha frente”
“Eu não tenho nada contra, mas acho um exagero todos
esses privilégios que eles têm.”
“Ele é gay? Nossa, mas parece tão normal...”
“Eu não tenho nada contra, tenho até vários amigos
que são, mas eles precisavam ser tão afetados?”
“Eu não tenho nenhum preconceito, mas o que vão
pensar se me verem com um gay?”
“Eu não tenho nada contra, mas se eles querem ficar
de mãos dadas, que façam isso sem ninguém ver, afinal não somos
obrigados”
Essas
são apenas algumas pérolas das asneiras preconceituosa que ouvimos
dia após dia, espero que daqui para frente sempre que fores usar a
conjunção adversativa “mas” ou que for dizer "não tenho
nada contra X, mas..." repense muitas vezes antes e de
preferência se cale!